Tem sido registrado em todo o mundo um aumento na prevalência dos casos de câncer de intestino em adultos jovens. Neste texto, vamos entender o porquê deste aumento, como prevenir o câncer colorretal e quando buscar o diagnóstico.
Resumo sobre o câncer colorretal
Já falamos anteriormente sobre o câncer de intestino em nosso blog – se você não leu, confira no texto Diga sim à prevenção do Câncer de Intestino. Resumidamente, o câncer colorretal acontece quando pólipos tipo adenoma – lesões benignas na parede interna do intestino causada pelo crescimento anormal da mucosa do intestino grosso e do reto – evoluem para pólipos tipo adenocarcinoma (maligno).
Números do câncer de intestino
O câncer colorretal já figura como o segundo tipo de tumor mais comum entre mulheres e o terceiro entre homens no Brasil. As informações são do Instituto Nacional do Câncer – INCA. Estima-se que, em 2019, o câncer de intestino será o segundo tumor mais incidente em mulheres no Brasil. Serão cerca de 18.980 casos entre mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama. Em homens, é a terceira causa de câncer, com estimativa de 17.380 casos registrados.
Ainda de acordo com o INCA, as taxas de incidência são maiores nas regiões Sul do Brasil. Os dados do instituto estimam que o câncer de intestino deve ser, em 2019, o segundo mais incidente em Santa Catarina. Ficará apenas atrás do câncer de traqueia/pulmão. A maior incidência do câncer de cólon e reto na região Sul se deve ao fato de o modo de vida no local, semelhante ao de países desenvolvidos. Nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina há uma elevada prevalência de excesso de peso e obesidade, inatividade física, tabagismo, ingesta de bebida alcoólica. Além disso, na região Sul há, culturalmente, um alto consumo de carnes vermelhas e gordurosas. É o caso dos tradicionais churrascos de domingo, apontado como um dos principais fatores para os altos índices na região.
O câncer de intestino entre os jovens
Se, no passado, esse tipo de tumor afetava, predominantemente, pessoas acima dos 50 anos, a idade já não é o fator de risco mais preponderante. De acordo com um estudo da American Cancer Society (ACS), a incidência do câncer de intestino entre jovens está aumentando. O diagnóstico em adultos de 20 a 39 anos vem crescendo entre 1% e 2,4% por ano desde a década de 1980. Segundo o estudo, as causas principais são decorrentes dos maus hábitos da população nesta faixa etária. Hábitos não apenas relacionados com a falta de exames preventivos, mas principalmente a questões comportamentais e alimentares.
Sabe-se que o excesso de peso corporal e alimentação não saudável (ou seja, rica em alimentos ultraprocessados e pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras) são fatores de risco relevantes para a incidência da doença. Por isso, a importância em se cuidar da dieta. Isto porque que o consumo de alimentos processados está vinculado a esse tipo de tumor e é frequente entre os jovens. O excesso de álcool, outro hábito juvenil, também é um fator de risco. Há ainda mais fatores, como consumo de tabaco, falta de atividade física, pouca exposição solar, entre outros.
Estima-se, por exemplo, que pessoas nascidas na década de 1990 possuem um risco quatro vezes maior de desenvolver câncer no reto (a porção final do intestino) do que as que vieram ao mundo nos anos 1950.
Fatores de risco para o câncer colorretal.
A doença ainda é mais comum em pessoas a partir dos 50 anos. Porém, independente da idade, deve-se levar em conta que o câncer colorretal pode se desenvolver silenciosamente por um tempo. Em outras palavras, uma pessoa pode desenvolver a doença sem apresentar nenhum sintoma no início. Por isso a importância de conversar com seu médico. Isso é especialmente importante se você tem casos de pólipos e câncer colorretal ou ginecológico no histórico familiar. Ou, então, se seus hábitos enquadram você nos fatores de risco. Os principais são: excesso de peso corporal; alimentação pobre em fibras, rica em gordura, com grandes quantidades de conservas ou aditivos químicos; tabagismo e sedentarismo; ingestão de bebidas alcoólicas.
Tratamento para o câncer de intestino.
O câncer colorretal é uma doença tratável e frequentemente curável. A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdômen. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor.
O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.
Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de possíveis recidivas ou novos tumores.
Fonte: Viver Clínica Médica