Presidente da FPF reconhece falhas de arbitragem, mas crava que Estadual só terá VAR no mata-mata

Segundo Evandro Carvalho, o clube que quiser trazer arbitragem de fora de Pernambuco para o Estadual precisará arcar com os custos

Com erros de arbitragem se acumulando a cada rodada, o Campeonato Pernambucano vem sendo alvo de diversas críticas dos clubes participantes, como foram os casos de NáuticoSanta Cruz e Sport, que endureceram o tom contra a organização do torneio. No caso alvirrubro, antes do clássico contra a Cobra Coral e dos outros membros do Trio de Ferro após seus jogos contra o Petrolina e o Afogados da Ingazeira, respectivamente.

Essa insatisfação tem feito com que os rumores e a pressão dos clubes para que a FPF implemente o árbitro de vídeo já nos jogos restantes da primeira fase venha ganhando força. Contudo, em contato com a reportagem do NE45, essa possibilidade foi completamente rechaçada pelo presidente do órgão, Evandro Carvalho.

A justificativa? O aumento de custos do torneio, pois, segundo o dirigente, apenas para garantir a ferramenta nos confrontos decisivos, a FPF irá desembolsar aproximadamente meio milhão em recursos.

“O VAR não é possível porque quando a gente começa o campeonato ou a gente coloca VAR em todas as partidas do primeiro turno, ou coloca só no segundo turno. Então, a opção foi colocar só no segundo turno, porque só vamos ter em oito partidas e teremos um custo entre R$ 400 e R$ 500 mil. Imagina se a gente colocasse em todas as partidas do início do ano até agora? Ia dar um custo de R$ 2,5 milhões. Então é impossível. Portanto, o VAR só existe na fase final, pois todos têm que ter o mesmo direito, a mesma prerrogativa por princípio de isonomia para todos os clubes, para todos os jogos”, explicou Evandro.

Apesar de vetar a possibilidade do VAR, Evandro reconheceu que a arbitragem do Campeonato Pernambucano vem cometendo erros. Entretanto, especificamente sobre as queixas do Santa Cruz, o dirigente aproveitou para defender o árbitro Rodrigo Pereira de Lima, integrante do quadro da FIFA alocado em Pernambuco.

“O Santa Cruz jogou quantas partidas? Seis, eu acho. De fato, foi prejudicado em dois lances. Um gol anulado pelo auxiliar (contra o Porto), indevidamente. De fato, ele estava mal posicionado e anulou um gol sob a alegação de que o jogador que participou do lance estava impedido e não estava. Foi uma anulação errada e a Comissão já viu isso e já verificou”, salientou.

“Houve, de fato, um erro (no jogo contra o Petrolina) do melhor árbitro do Brasil, que hoje é da FIFA e foi quem mais apitou jogos da Série A, inclusive, suplantando todo o quadro de São Paulo, sendo condecorado e reconhecido como o melhor desempenho do país, em 2023. Agora, arbitragem um dia ou outro vai errar, como errou. Então, o Santa Cruz teve em todos os jogos, até agora, dois erros, como certamente algum outro clube também teve”, disse Evandro.

Além da defesa ao árbitro do jogo entre Petrolina e Santa Cruz, Evandro também enalteceu o trabalho da Comissão Estadual de Arbitragem (CEAF), apontando que esta tem trabalhado para minimizar os erros, a quem classificou como fatalides e reiterou que não há seletividade de modo a haver o desejo de prejudicar um time em detrimento de outro.

“O erro faz parte da arbitragem. Não existe arbitragem sem erro. O que a Comissão faz hoje é trabalhar incessantemente para minimizar os erros. Mas jamais, em tempo algum, em nenhuma competição, vai existir o árbitro que não erre. Então, isso é uma fatalidade que ora prejudica o clube A, ora prejudica o clube B e diretamente beneficia o clube A e assim sucessivamente”, complementou.

Estadual poderá ter arbitragem de fora?

Por fim, questionado sobre a possibilidade de árbitros de fora de Pernambuco virem apitar jogos no Estadual, Evandro evitou fechar as portas. Contudo, o dirigente foi taxativo ao dizer que os clubes solicitantes devem se responsabilizar em pagar todos os custos para trazer as equipes externas ao quadro da FPF.

“A Federação não veta, não proíbe a arbitragem de fora. A arbitragem de fora é uma faculdade do clube, agora, para ele pedir isso, significa que terá de pagar passagem e hospedagem de todos os árbitros. Então, todas as vezes que eu vejo pedidos por arbitragem de fora, acho que é porque vai trazer um FIFA de São Paulo, do Rio Grande do Sul, etc…. Do jeito que hoje está, com custo, passagem, hospedagem, você vai gastar entre R$ 30 e R$ 40 mil. Não vejo sentido nisso quando você tem dois árbitros da FIFA aqui (Rodrigo Pereira de Lima e Deborah Cecília). Eu considero um desperdício de dinheiro, mas é uma opção do clube, não é nossa”, finalizou.

Fonte: NE45

 

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *