Lula diz que governo vai renegociar dívidas de produtores mineiros devido à seca

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta quinta-feira (8) que, além da dívida de Minas Gerais com a União, também está no radar do governo federal a renegociação das operações de crédito rural de custeio e investimento contratadas com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) por produtores rurais afetados pela seca ou estiagem no estado. Segundo Lula, mais de 586 contratos devem ser renegociados.

“São praticamente R$ 8 bilhões de reais que estão envolvidos aí. Vamos renegociar dívida velha, a gente vai discutir como facilitar para que no futuro essas pessoas voltem a plantar outra vez”, disse o presidente em entrevista a uma rádio.

Na quarta-feira (7), o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a renegociação das operações de crédito rural de custeio e investimento contratadas com recursos do FNE por produtores rurais afetados pela seca ou estiagem no Norte de Minas Gerais e no Nordeste.

A medida é válida para parcelas vencidas ou com vencimento de 1º de julho de 2023 a 30 de dezembro deste ano, conforme resolução extra publicada pelo colegiado na quarta-feira.

Superávit

Na mesma entrevista, Lula declarou que “se der para fazer superávit zero, ótimo”, mas que “se não der, ótimo também”. O superávit primário é a economia feita pelo governo federal para pagar juros da dívida pública. Na prática, é a arrecadação superando as despesas.

“Essa é uma discussão que de vez em quando aparece, mas eu não gosto que apareça. Você gasta quanto arrecada. Se aumentar arrecadação, tem mais dinheiro para gastar. Se diminuir a arrecadação, vai diminuir o que tem que investir. Essa é a lógica. Nós temos um orçamento que foi previsto, que foi dito que nós vamos fazer tanto de investimento. Se der para fazer superávit zero, ótimo. Se não der, ótimo também”, afirmou.

O resultado do superávit é um dos principais indicadores observados pelo mercado internacional, pois mostra a capacidade de um país de pagar seus credores em dia. Manter as contas do governo positivas é importante para que não haja aumento da dívida do setor público. Ao mesmo tempo, um resultado favorável contribui para a chegada de investimentos estrangeiros no país, já que as contas estão em dia.

A meta de déficit zero foi estabelecida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como uma prerrogativa para que o arcabouço fiscal funcionasse e é vista com cautela por membros do mercado financeiro. Lula tem minimizado a importância do dado e recentemente disse que ela “dificilmente” seria alcançada.

Fonte: R7.com

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