Indústria de arroz vai importar produto da Tailândia para evitar alta de preço
|A indústria embaladora de arroz pretende importar cerca de 75 mil toneladas do cereal da Tailândia para evitar especulações de preços, após as enchentes no Rio Grande do Sul.
“As indústrias estão com esse movimento, para trazer dois ou três navios, porque, embora haja produto, a oferta está restrita com problemas logísticos e com preços altos”, disse Andressa Silva, diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).
A Tailândia é o segundo maior exportador de arroz do mundo, depois da Índia, mas normalmente não envia o produto ao Brasil pela distância. Usualmente, quando o país precisa importar, compra de parceiros do Mercosul, como Paraguai e Uruguai.
A informação da Abiarroz corrobora com a visão do governo federal. Ontem, o ministro da agricultura Carlos Fávaro, afirmou que sua equipe está preparando o texto de uma medida provisória para permitir a importação direta de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A intenção, segundo ele, é evitar a especulação e aumentos exacerbados de preço no mercado. Ele enfatizou que a ideia não é concorrer com os agricultores gaúchos, responsáveis por 70% do cereal produzido no país.
A Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), por sua vez, declarou que falta 17% das lavouras do Estado para serem colhidas e elas estão justamente nas áreas mais afetadas pelas enchentes. Apesar disso, o presidente da entidade, Alexandre Velho, disse que “certamente o Rio Grande do Sul tem condições de atender o país com arroz. Reafirmo que não temos problemas para o abastecimento interno e não há necessidade de importação”.
O Brasil consome cerca de 10 milhões de toneladas de arroz por safra e produz todo esse volume, sendo que o Rio Grande do Sul fornece 70% do total. Na safra 2023/24, estimativa era que o país tivesse 10,6 milhões de toneladas, sendo 7,4 milhões do Rio Grande do Sul. Agora, a Federarroz, estima que o volume do Estado não passará de 7 milhões, ainda assim, superior as 6,9 milhões do ciclo passado.