Ibama restringe uso de agrotóxico nocivo a abelhas

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) restringiu o uso de produtos agrotóxicos contendo Tiametoxam, substância que dizima as abelhas, insetos importantes no processo de polinização vegetal.

Em comunicado publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (23), o órgão manteve o uso desses produtos em determinadas situações, como a aplicação direta no solo e no tratamento de sementes, mas vetou a pulverização, seja aérea (com o uso de aeronaves agrícolas) ou terrestre “não dirigida ao solo ou às plantas, ou seja, aplicações em área total”, segundo o documento.

O descumprimento dessas determinações constitui crime ambiental, sujeito a penalidades previstas na legislação, sem prejuízo de outras sanções de caráter administrativo.

De acordo com o comunicado do Ibama, rótulos e bulas de produtos que tenham Tiametoxam em sua fórmula devem conter informações sobre as restrições ora definidas.

“Este produto é tóxico às abelhas. A aplicação aérea não é permitida. A pulverização foliar não dirigida ao solo ou às plantas, ou seja, aplicações em área total, não é permitida”, diz trecho do comunicado.

“Não aplique este produto em época de floração, nem imediatamente antes do florescimento ou quando for observada visitação de abelhas na cultura.”

Surgido na década de 1990, o Tiametoxam é amplamente usado no país em culturas de soja, fumo, algodão, arroz, feijão, trigo, abacaxi, entre outras.

Estudos realizados nos últimos anos indicaram que esse tipo de pesticida é dos mais encontrados em frutas e verduras no Brasil.

O Ibama faz reavaliação periódica dos riscos de agrotóxicos para insetos polinizadores, utilizando-se as abelhas como organismos indicadores.

“A qualquer momento, no âmbito das solicitações de registro ou de alterações pós-registro, é possível o aporte de novas informações que sustentem cientificamente a mitigação ou eliminação dos riscos identificados para abelhas e outros insetos polinizadores”, diz o órgão.

Fonte: Jornal de Brasília

 

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