Cresce no Brasil incidência de vírus causador de bronquiolite

Dados da plataforma Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelam que, em 2024, houve aumento da incidência do vírus sincicial respiratório, ou VSR. Esse é um dos agentes infecciosos causadores da temida bronquiolite, que começa com um chiado no peito e pode resultar na morte de crianças pequenas.

Ao contrário do que muitos pensam, a bronquiolite não é causada pelo frio, embora sua prevalência aumente em épocas de temperaturas baixas. A doença é provocada por agentes infeciosos como o VSR, principal causa de internação e morte de crianças pequenas por complicações resultantes de sintomas gripais no Brasil. O nome dado a esse quadro é Síndrome Respiratória Aguda Grave.

De acordo com a Infogripe, foram registrados, entre 1º de janeiro e 20 de julho de 2024, mais de 22 mil casos dessa Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças de até 2 anos de idade e quase 200 morreram, grande parte associada à identificação do VSR em amostras dos pacientes. Em comparação com o mesmo período do ano passado, foram 1.500 casos a mais.

Pandemia

A pesquisadora do Infogripe Tatiana Portella explica que, a partir da pandemia da covid-19, a testagem viral mais ampla em pacientes com síndrome respiratória permitiu o aumento da identificação do VSR. Antes, a doença era tratada sem necessariamente haver a identificação do agente infeccioso.

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“Se você olha a série histórica nos casos hospitalizados do VSR, parece que tinha poucos casos. Mas a verdade é que não importava e ninguém sabe dizer quantos casos tinha naquela época. E também durante a pandemia, de várias doenças, equivale a um conhecimento era muito baixo e como tudo mundo ficou anulado isso acabou quebrando o ciclo de outras doenças, inclusive do VSR”, esclarece Portella.

Vacina

Ainda não há vacina infantil para o vírus VSR, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou o uso no Brasil de uma vacina destinada a gestantes que contribui para evitar complicações provocadas pelo VSR. A ideia é justamente proteger os bebês, pois os anticorpos da mãe são repassados ao feto.

O imunizante é fabricada pela farmacêutica Pfizer, que pediu à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS a sua inclusão no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O Ministério da Saúde não informou quando esse pedido será analisado. Segundo a Pfizer, a vacina estará disponível em clínicas particulares ainda em 2024.

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levy, explica que a inclusão de novas vacinas no Calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) depende do custo-benefício do imunizante, levando-se em conta potenciais riscos e efeitos colaterais. É avaliado também o impacto da sua aplicação em massa na saúde pública.

Fonte: SBT News

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