Agricultura Familiar
|A agricultura familiar é um tipo de agricultura desenvolvida em pequenas propriedades rurais. Recebe esse nome, pois é realizada por grupos de famílias (pequenos agricultores e alguns empregados).
A colheita dos produtos serve de alimentos para eles e ainda, para o consumo de parte da população. Essa forma de agricultura busca seguir o ritmo da natureza, respeitar o solo e usar técnicas sustentáveis.
A agricultura familiar mantém a diversidade de alimentos, preserva conhecimentos tradicionais e fortalece comunidades locais. Além disso, contribui para a economia local, gerando empregos e movimentando o comércio nas regiões rurais.
A importância da agricultura familiar
Ainda que seja uma atividade muito importante para o sustento de diversas famílias que vivem na zona rural, dados apontam que cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil são fruto da agricultura familiar.
Vale frisar que, nesse processo, técnicas de cultivo e extrativismo que englobam práticas tradicionais e conhecimento popular estão presentes.
Além disso, as famílias vivem da venda de produtos que plantam. Portanto, a agricultura é uma importante fonte de renda familiar, a qual surge do trabalho em equipe realizado no campo.
A agricultura familiar colabora para a geração de renda e emprego no campo e ainda, melhora o nível de sustentabilidade das atividades no setor agrícola. Sendo assim, a qualidade dos produtos é superior aos outros convencionais.
Agricultura familiar no Brasil
No Brasil, a agricultura familiar está presente em quase 85% das propriedades rurais do país. Cerca de metade desse percentual está concentrado na região nordestina. O nordeste é responsável por cerca de 1/3 da produção total.
No entanto, as dificuldades enfrentadas por esses pequenos agricultores e a expansão do agronegócio tem levado a inúmeros problemas de ordem social e econômica.
A mecanização, por exemplo, é um fator determinante e que tem levado ao êxodo rural de diversas famílias. Ela tem diminuído consideravelmente as taxas de emprego no campo.
Sem muitas perspectivas, infraestrutura e imensa desigualdade social, as famílias se vem obrigadas a abandonar o campo em busca de melhores condições nas cidades.
Isso gera também um “inchaço” nos grandes centros e consequentemente, a marginalização de muitas pessoas.
Além da mecanização, o agronegócio apresenta um modelo de produção baseado sobretudo, no lucro. Assim, o uso de agrotóxicos e a monocultura em grandes propriedades tem sido agravante para os problemas das famílias que residem no campo.
Entretanto, a resistência das muitas famílias ainda têm sido essencial para diminuir o impacto ambiental causado pelos sistemas modernos.
Em 2006, a Lei n.º 11 326 foi considerada um avanço na definição de políticas públicas para o setor.
Dentre outras coisas, ela estabelece conceitos, princípios e diretrizes para a criação de uma política nacional consistente e eficiente ligada a agricultura familiar e aos empreendimentos familiares rurais.
“Art. 4: “A Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais observará, dentre outros, os seguintes princípios:
I – descentralização;
II – sustentabilidade ambiental, social e econômica;
III – eqüidade na aplicação das políticas, respeitando os aspectos de gênero, geração e etnia;
IV – participação dos agricultores familiares na formulação e implementação da política nacional da agricultura familiar e empreendimentos familiares rurais.”
Produtos cultivados na agricultura familiar
A principal característica da agricultura familiar está associada à policultura, ou seja, o plantio de diversos tipos de produtos.
Em todos os biomas do país, encontram-se produtos que são comercializados pela agricultura familiar.
Destacam-se as frutas, legumes, verduras e animais, sendo que os principais são o milho, café, mandioca, feijão, arroz, trigo, leite, carne suína, bovina e de aves.
Agricultura familiar e sustentabilidade
Visto priorizar práticas tradicionais de cultivo e de baixo impacto ambiental, a agricultura familiar tem sido grande aliada da sustentabilidade e da responsabilidade socioambiental.
De tal modo, ela adota práticas de cultivo mais sustentáveis com a produção de alimentos orgânicos.
No entanto, o avanço da mecanização tem sido um agravante para o meio ambiente, as populações e ainda, a fauna e flora do local.
O uso de agrotóxicos e o desmatamento para o cultivo de produtos (como a soja, por exemplo) tem causado grande impacto ambiental em diversos ecossistemas.
Poluição, empobrecimento do solo e desertificação tem sido gerado pelo sistema atual do agronegócio.
Gradualmente, ele tem dominado o cenário de agricultura no país e desestabilizando e afetando diretamente o ambiente.
Portanto, programas e projetos do governo tem sido primordial para atuar na resistência das famílias colaborando com a qualidade de vida dessas pessoas, e sobretudo dos produtos cultivados em menor escala.
Destacam-se o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Garantia Safra.
Você Sabia?
Em 2011, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2014 como o “Ano Internacional da Agricultura Familiar”. Esse foi um grande passo para o reconhecimento da importância da agricultura familiar no mundo.
Fonte: Site Toda Matéria