Em busca de Lula, Raquel Lyra desaloja PL em Pernambuco

Em meio a um impasse com o PL na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a governadora Raquel Lyra (PSDB) exonerou nesta terça-feira, 30, cargos indicados por integrantes do partido de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto.

Segundo a Folha de S.Paulo, a decisão abre espaço para uma possível aliança entre a tucana e o PT, do presidente Lula, visando as eleições de 2026.

A expectativa é que as conversas entre tucanos e petistas de Pernambuco aconteçam após a conclusão das eleições municipais.

Por que Raquel Lyra está insatisfeita com o PL?

A insatisfação de Raquel Lyra com o PL é a ausência de votos pró-governo na Alepe.

Pelo menos três dos cinco deputados estaduais do partido fazem oposição à governadora tucana, concentrando suas críticas sobretudo em temas da segurança pública.

Atualmente, o governo de Pernambuco tenta aprovar um projeto que propõe a extinção gradual das faixas salariais da Polícia Militar até 2026. A legenda, no entanto, quer antecipar o fim das faixas salariais para 2025.

A gestão de Raquel alega não ter condições orçamentárias para atender o que sugere o partido.

O PL em Pernambuco

Presidido por Anderson Ferreira, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes e aliado de Valdemar Costa Neto, a executiva do PL em Pernambuco também conta com uma ala mais ligada a Jair Bolsonaro, chefiada por Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e pré-candidato a prefeito do Recife.

Anderson foi o responsável por bancar a aliança do partido com Raquel Lyra em 2023, no início do governo.

Espaço aberto para o PT?

De acordo com o jornal, pessoas próximas a Raquel Lyra e ao senador Humberto Costa (PT) não descartam uma aliança visando 2026.

Publicamente, membros do partido de Lula descartam qualquer aproximação enquanto o PL estiver no governo. A exoneração de indicados pela legenda de Bolsonaro, contudo, abriria espaço para uma articulação política.

Durante visita a Pernambuco no início de abril, o presidente Lula fez afagos a tucana Raquel Lyra.

“Na primeira vez que eu encontrei com a Raquel Lyra, ela não estava tão simpática assim. Ela tinha sofrido a morte do marido dela durante as eleições, era meio carrancuda, e eu pensei: essa mulher é invocada. Ela já tinha sido delegada, procuradora, eu falei: é preciso tomar cuidado com essa mulher”, afirmou o petista.

“Mas eu disse uma coisa para ela que ela é testemunha. Eu disse: governadora, embora a gente pertença a partidos diferentes, você é eleita governadora e eu presidente. Eu quero que você saiba que Pernambuco não terá nenhuma dificuldade no governo federal. No que você precisar, você será atendida com muita decência. E eu tenho certeza que isto está acontecendo. Uma relação civilizada, uma relação de entes federados que pensa no Brasil, que pensa no povo”, acrescentou.

Fonte: Antagonista


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