Mistura de biodiesel no diesel fóssil sobe de 12% para 14%

Começou a valer na 6ª feira (1/3) o novo percentual de biodiesel adicionado no óleo diesel de origem fóssil. Como determinado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no ano passado, o chamado “diesel B”, vendido nas bombas, agora terá 14% do biocombustível. Até então, a obrigatoriedade era de 12%.

Segundo especialistas ouvidos pelo g1, o aumento da mistura deve ter pouco impacto no preço do diesel B. Mas o acréscimo vai ajudar, ainda que timidamente, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa do combustível fóssil comercializado nos postos do país.

“Hoje, o biodiesel está cotado a um preço cerca de 30% maior que o diesel, mas o volume representa apenas 14% do total do produto. Portanto, o efeito sobre o preço da mistura não é tão forte. Outro efeito da medida é a contribuição para a redução da emissão de gases do efeito estufa”, explica Marcus D’Elia, sócio da Leggio Consultoria.

Nas principais regiões brasileiras monitoradas pela Argus, especializada na análise de preços para o mercado de combustíveis, os preços pagos pelas distribuidoras às usinas devem subir R$ 0,01 ou R$ 0,02 por litro. Isso porque a forte queda nos preços do biodiesel no último ano, como consequência da safra recorde de soja em 2023, amortecerá o impacto do aumento da mescla obrigatória do biocombustível, explica o Poder 360.

Um novo aumento do mandato do biodiesel está previsto para 2025, quando a mistura passará a 15%. E paralelamente está em tramitação na Câmara o Projeto de Lei 4.516 de 2023, conhecido como “Combustível do Futuro”, relatado pelo deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que, dentre vários pontos, estabelece o aumento do teor do biodiesel no diesel B para 20% até 2030, podendo chegar a 25% posteriormente, informam InfoMoneyCNNGlobo Rural e Poder 360.

O aumento da mistura pode contribuir para reduzir as emissões do diesel fóssil, o combustível mais consumido no Brasil, por abastecer caminhões e ônibus. O problema é que a principal matéria-prima do biocombustível é o óleo de soja.

Como é sabido, o grão, principal commodity agrícola brasileira, expandiu-se nas últimas décadas em terras desmatadas ilegalmente na Amazônia e no Cerrado. E essa devastação continua, sobretudo na região do MATOPIBA – área de Cerrado entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Outras matérias-primas do biodiesel no Brasil são os óleos de palma e de dendê. E ambos também vêm se mostrando bastante problemáticos, porque vêm se expandindo na região amazônica. Além do impacto ambiental, já foram relatados conflitos fundiários envolvendo Terras Indígenas.

Fonte: Site Clima Info

Faça um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *