Bolsonaristas silenciam sobre investigação da PF contra ex-presidente e buscam Lula por obras

Governadores alinhados com Jair Bolsonaro (PL) evitaram falar sobre a recente operação da Polícia Federal (PF) que investigou o ex-presidente e seu círculo por tentativas de golpe no processo eleitoral de 2022.

Nas últimas semanas, Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Tarcísio de Freitas (São Paulo), estiveram em agendas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem trocaram afagos em eventos de entrega de obras e parcerias.

Desde o início de seus mandatos, esses governadores têm buscado equilibrar suas relações entre o governo federal e os eleitores do ex-presidente.

Enquanto buscam manter uma relação republicana com Lula, esses governadores também enviam sinais positivos aos eleitores do ex-presidente. Na última semana, antes da operação da PF, Zema defendeu Bolsonaro como um articulador político.

“A presença do presidente Bolsonaro terá um peso significativo nas eleições de 2026. Ele pode não ser candidato, mas qualquer nome que ele endosse, com certeza, terá influência”, afirmou Zema.

Já Tarcísio e Bolsonaro mantêm uma relação próxima. No ano passado, o ex-chefe do Executivo chegou a passar noites na sede do governo paulista, o Bandeirantes, em pelo menos duas ocasiões durante visitas ao estado.

Com Castro, houve um afastamento desde a eleição presidencial. No entanto, no final do ano passado, os dois estiveram do mesmo lado ao cobrar lealdade de seus aliados na pré-campanha do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) à prefeitura do Rio.

Ratinho Júnior esteve com Bolsonaro em dezembro, quando o ex-mandatário recebeu o título de cidadão honorário do Paraná. Na ocasião, o governador expressou orgulho em sancionar a concessão da honraria para seu aliado: “Ele foi quem mais visitou o Paraná nos últimos 30 anos. Foi o que mais trouxe investimento na história do nosso Estado”, disse.

Nos quatro encontros entre Lula e os governadores, houve discursos destacando a importância de deixar as diferenças de lado e promover uma relação republicana entre os Poderes.

Ratinho Júnior foi o primeiro a se reunir com Lula em 30 de janeiro, participando de uma cerimônia no Planalto que marcou a transferência de rodovias paranaenses para entidades privadas, representando um investimento de R$ 30,4 bilhões. O acordo costurado pelo governador ajudou a aliviar as tensões no estado em relação às críticas sobre as tarifas de pedágio.

Três dias após o encontro com o governador paranaense, Lula participou com Tarcísio de uma solenidade em Santos, no litoral de São Paulo, anunciando uma obra conjunta com o governo federal. As partes investirão R$ 5,8 bilhões no Túnel Santos-Guarujá, com expectativa de entrega em 2028. Com informações do Globo.

Inicialmente, o Planalto assumiria integralmente o projeto, mas Tarcísio insistiu em compartilhar os custos, chegando a ameaçar deixar o Republicanos e filiar-se ao PL de Bolsonaro, indicando um distanciamento maior entre sua gestão e o governo Lula.

No Rio, Lula esteve com o governador Cláudio Castro em Magé, na Baixada Fluminense, entregando obras do “Minha Casa, Minha Vida” e anunciando a construção de seis novos institutos federais. No palanque, trocaram gestos amigáveis em um evento que teve vaias dos presentes ao governador.

O encontro mais recente, com Zema, ocorreu na quinta-feira, o mesmo dia em que Bolsonaro se tornou alvo de medidas cautelares e teve que entregar seu passaporte às autoridades brasileiras.

Desde que assumiu a Presidência, Lula não havia visitado Minas Gerais. Na ocasião, o governo anunciou um investimento de R$ 121,4 bilhões em obras no estado por meio do Novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Deste valor, R$ 36,7 bilhões serão aplicados em obras dentro do território mineiro, e o restante abrange outras unidades da federação.

 

Fonte: Diário Centro do Mundo

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